A história da educação dos surdos passou por diferentes momentos
históricos, desde a primeira escola para surdos, criação e aprendizagem de
gestos (sinais metódicos), a imposição da oralidade até a construção de um novo
olhar pautado em aspectos antropollógicos onde prima-se pela cultura surda.
Em decorrência do crivo da oralidade e da medicalização da surdez a
marginalização vivida pelas comunidades surdas ocorreu em todas as instâncias
possiveis, desde a representação acerca dos surdos até as estratégias
pedagógicas no ambiente escolar.
O que fracassou na esucação dos surdos foram as representações ouvintistas
acerca do que é o sujeito surdo, quais são seus direitos linguisticos e de
cidadania, quais são as teorias de aprendizagem que refletem as condições
cognitivas dos surdos, quais as epistemologias do professor ouvinte na sua
aproximação como os alunos surdos, quais os mecanismos de paricipação das
comunidades surdas no processo educativo.
Somente no século XX na decada de 1960, o olhar sobre os surdos começou a
se deslocar da normativa da medicina para os estudos e observações educacionais.
No Brasil a Lingua de Sinais é denominada Língua Brasileira de Sinais (LBS),
também denominada LIBRAS, é uma lingua de modalidade gestual-visual,
reconhecida como lingua natural dos surdos e constitui o “simbolo da surdez”.
Hoje consideramos que a Língua de Sinais é o único meio efetivo de comunicação
entre os surdos, possibilitando-lhes se desenvolver linguistico-cognitivamente.
Essa nova percepção frente às comunidades surdas, no último séclo,
reconhece o status linguístico da língua de sinais e compreende que os surdos
têm uma cultura surda. Entendendo aqui não como algo unico, estável, mas
plural, representação de diferença.
Considerações como essa têm mudado as representações acerca da surdez,
ocasionando na educação dos surdos significativas mudanças, exigindo que os
professores desses alunos reavaliem e aprimorem seus métodos de trabalho onde
os recursos didáticos estejam coerentes com o avanço tecnológico, e que a
experiencia visual continua-se como uma
marca cultural e pedagogica em todo o processo de escolarização das pessoas
surdas.
A diferença na percepção de mundo para as comunidades surdas perpassa as
tambem uma interface relativa a experiência visual. Sabemos que o contato com o
mundo a interação com o meio para os surdos se constrói a partir do canal
viso-manual e não através da oralização.
Esse fato está diretamente ligado a construção cultural, e a visão que temos de
nós enquanto sujeitos culturais, quais nossas impressões sobre o mundo, o que
somos, para onde vamos? É nesse sentido que se torna tão importante falarmos da
comunidade surda, pois é nesse contexto, que os valores culturais dessas
pessoas, são criadas, nutridas e efetivamente vivenciadas.